quarta-feira, 16 de julho de 2008

O Preconceito nosso de cada dia...

Caros mortais,

Já estava na hora da minha pessoa mendicante aparecer por aqui e dar a minha sátira, minha opinião, meu deboche a respeito do preconceito. Que fique bem claro, acho ridícula qualquer forma de preconceito. Acredito que é estúpido, burro e sem fundamento. Lembro a vocês que o preconceito não está, somente, quando um branco chama uma pessoa negra de “Preto” ou qualquer outro nome considerado ofensivo (e que se refira a cor da pele), ou quando uma pessoa fica impossibilitada de entrar em qualquer lugar ou fazer qualquer coisa por sua religião, mas as outras formas que são esquecidas, como quando bobagens “pré-históricas” surgem, como o machismo, homofobia e outras que são tão esquecidas quanto, como o feminismo e o preconceito racial contra os considerados “brancos”.

É verdade que os africanos foram escravizados, mal tratados, estuprados, e que outras milhões de atrocidades foram cometidas contra eles. Mas, que fique bem claro que ninguém que sofreu isso está vivo, assim como os tais monstros, que cometeram tais crimes, não estão vivos para cumprir sua pena. Irmãos, olhemo-nos e percebamos que o que nos difere em tal questão é, apenas, a maldita melanina! Para os homofóbicos: Ouçam, o que os gays fazer na intimidade deles não é problema SEU! Para os intolerantes: religiosos, em nome de Jesus, Buda, Jeová, Deus, G.A.D.U., Alá, Força Maior, Mandela, de quem vocês acreditarem (ou não acreditarem) que, por favor, ocupem-se com outra coisa, tipo um livro ou o suicídio de seus neurônios, ambas úteis e, até mesmo, inúteis para alguns. Para os machistas: Acordem! Alô? Tico e Teco estão acordados? Para as feministas: Isso é vingança pelos anos de machismo? Já reparam que é tão idiota quanto o machismo? Vocês não possuem um time, como o do programa da XUXA, Meninos contra Meninas!

Uma coisa que eu nunca entendi e que sempre me chamou muito a atenção são os tipos de crimes que só alguns podem sofrer, sendo que a “reserva” é feita em lei. Parece complicado, mas não é. Preste atenção, se um branco chama um negro de “Preto” é crime. Até aqui, ok! Se um negro chama um branco de “branquelo” é...NADA! Os direitos não deveriam ser iguais?

Há algum tempo entrou em vigor uma lei “apelidada” de “Maria da Penha”, que aumenta a pena para os Homens que forem condenados por violência doméstica. Para quem não sabe, Maria da Penha foi uma mulher que foi mal tratada durante anos pelo marido, que tentou assassiná-la duas vezes! Então, voltando ao assunto, de acordo com essa lei, se o homem bate em sua mulher ela pode recorrer a essa lei, no entanto, se a mulher bate no marido, o máximo que o marido pode fazer é recorrer à justiça e esperar que sua mulher seja presa por Agressão. É certo, os homens costumam ser mais fortes fisicamente que as mulheres, mas isso não impede que as mulheres sejam mais fortes que os homens, ou que elas batam em seus maridos. Quem já viu o filme “Norbit”? Se os casos em que as esposas agridem seus maridos são raros, isso não quer dizer que esses casos não existem. Se há um caso no mundo, ou trezentos eles deveriam ser protegidos. Direitos iguais, já!

Preconceito pra mim não passa de uma ressaca, só pode ser curada com mais pinga! Ou com o tempo...Prefiro o santo remédio de água ardente!

Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo que um preconceito.

Albert Einstein

terça-feira, 15 de julho de 2008

It´s all that jazz


"Você vê uma cidade, uma grande metrópole.

Pessoas indo trabalhar cedo: pegando um metro, um ônibus, indo a pé
Como música ambiente: a fumaça, barulho de obra (outros trabalhadores que começaram mais cedo), ônibus, carros, pessoas falando
O Cheiro do café, do pão quentinho, invadindo a fome das horas de jejum, qual o sono não deixou o sonho chegar e nem se concretizar
Não como uma pintura clássica, como um farol, um mar e gaivotas que compõe a cena
Mas um emaranhado de imagens, cores, sons, cheiros que se misturam, como uma pintura pós-moderna, abstrata, mas ao mesmo tempo de formas tão definidas e lineares ...

Sentimentos que se vislumbrados de longe parecem ser tão cinzas, amargos, egoistas e rotineros
De perto, são tão ricos, coloridos, honrosos e inspiradores

É a peculiaridade de cada um, de cada coisa
É a humanização do exército, que se individualizar cada soldado, você não tem rostos iguais que morrem por uma causa comum
Mas você tem um cara que morreu que tinha uma namorada
outro que gostava de espaguete
outro que era homossexual
outro que tinha planos para uma viagem ao Alaska..."

Caralho, isso que dá você ficar ouvindo Bruback, Coltrane e Gershwin no caminho pro trabalho ... fica se sentido um Bandeira, um Pessoa ou um Keats
Deixa eu voltar para a minha vida de mendicancia ...

sexta-feira, 4 de julho de 2008

"Viva e deixe"

Em certos momentos em nossas vidas, percebemos que, para ter uma visão melhor da situação, deveríamos enxergar por fora. Tendo essa "visão de fora", veríamos cada problema, cada questão como um alienígena veria nossas dúvidas (existenciais ou não), nossas crenças e (as ditas) "certezas". Para apimentar tal ponto de vista, coloquemos um pouco do "modo de ver cético e irônico de cada dia", meu ingrediente favorito! Se estiver sobrando, por ser raro para alguns, é bom, também, uma pitada de sadismo e sarcasmo. Eles realçam o sabor irônico!
Vejamos... Olhando desse ponto de vista como veríamos viciados em futebol? Vendo dessa forma e usando a fórmula acima, a resposta e as dúvidas que me vieram à cabeça foram: "Doentes! Que gritam, esperneiam, xingam, para no final da partida, no final do campeonato, no final do ano, não ganharem NADA (não ganham um centavo e, geralmente, gastam vários!)! No máximo, sacanear alguém! Será que vale a pena? Tanto latim pra isso?!". Confesso que a linda festa da torcida, chega a me emocionar.
E os viciados em qualquer droga? “Fracos caras de pau, sem controle e força de vontade pra lutar pela liberdade que, antes do vício, já tinham!”.
Para a arrogância, má-vontade e grosseria de cada dia as perguntas que vêm à cabeça são: “Tinham necessidade?”, “Precisava ser assim?”, “Era tão difícil e complicado fazer o bem ou o certo?”.
Vejamos...Crenças religiosas. Como um alienígena veria a religião Católica? Talvez, como uma bobagem. Viraria pra nós e nos perguntaria: ”Vocês acreditam mesmo nisso? Que um ‘Cara’ fez o mundo em 6 dias e descansou? E que esse mesmo Ser mandou a Terra seu filho para perdoar os pecados da humanidade e lhes mandar essa mensagem linda de amor que o mundo e a própria Igreja ignoram? O que são realmente pecados? Quem são os pecadores, agora?”. Ele, provavelmente, nos questionaria sobre a credibilidade da “Santa” Igreja. Que instituição é essa que usou o nome de Deus para “caçar bruxas”? Que matou pessoas e enviou homens para matar outros homens em nome da fé? A fé vale isso tudo?
Esse mendigo deixa bem claro, tem repúdio por qualquer vício. Acredita num ser Superior, que está dentro de cada um, como diz o evangelho de São Tomé “O reino de Deus está no interior de cada um de nós e não no céu. Não é em templos de madeira e pedra que você me encontrará, Levante aquela pedra e eu estarei lá, corte esta madeira e tu me acharás!”. Acredita, também, que esse mesmo Deus fez tudo, só que sem essa rapidez e descanso e não, necessariamente, como está descrito nuns livros antigos escritos por não-especialistas.
No entanto, como pôde parecer antes, não tem nada contra a religião Católica, e sim, tem tudo contra qualquer instituição e/ou pessoa que se apodere de seu poder, sua função, sua credibilidade e da palavra de Deus para fazer o mal. A humanidade não precisa de mais ajuda pra se matar, fazemos isso sozinhos, de graça e até mesmo sem querer. É como se fosse um “Dom” só que às avessas, certamente, nascemos pra isso! Fazemos muito bem! Viver e matar o próximo. Eu gostava quando era mais simples “Viva e deixe viver”, mas têm os que preferem “Viva e deixa morrer”. Tanto faz! Só num mate ninguém, se possível...

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Quarta..."Eu vou ao Marac"...ops!... Bar!

Hoje, vi um fato curioso...
Estava eu, sentado num bar, com amigos novos e um amigo antigo, conversando, após uma visita de reconhecimento da PUC-Rio, enquanto tricolores (antes de saber do jogo, perguntei a várias pessoas, várias vezes, se haveria Parada Gay nessa data, nunca tinha visto tantas pessoas vestidas a rigor! ) faziam hora para verem a final no Maracanã. Após certo tempo, entra no bar um rapaz vestido com a camisa do Flamengo junto de um amigo. Os tricolores viram, e gritam: "Num adianta, hoje vai dar Fluminense", "Num vem atrapalhar ou torcer contra!", "Tira essa camisa feia, não tem jogo do seu time hoje, 'rapá'!". Pensei, logo, que eles se conheciam, mas estava enganado, se DESCONHECIAM!! Ao mesmo tempo, além da falta de respeito, pensei em mandar o Tricolor tomar num lugar obscuro, ir para o lugar onde está sua desconhecida mamãe (que, ao meu ver, nem ele sabe quem é!) e rever seu conceito de beleza. Ao final, os Tricolores saíram do bar e berraram: “Hoje o Fluminense entra pra história!”, eu já tinha certeza disso, talvez, até mais certeza que eles! Entraria para a história como Vice da Libertadores, o mais perto que o time conseguiria e conseguirá na história (num é que acertei?!)!

Senti muitas saudades, na hora, dos meus tempos em que ninguém falava com um desconhecido (muito menos brincava! BRINCAVA?!), por medo da origem do estranho, de quem seriam seus pais e por não saber as duas coisas mais importantes, o trabalho e se tal pessoa portava uma arma!

Que saudades dos tempos em que não estava na moda matar por dez reais, por muito menos e até mesmo por nada. Que saudades do medo saudável de cada dia, aquele que preservava nossa vida das mortes bobas e precoces, os Tricolores do bar precisavam de tal virtude.
Hoje, temos medo das mortes sem sentido ou necessidade ou rápidas, as mortes curiosas e chatas do tipo "Bala perdida", ou melhor, “Bala Encontrada”. Já pensaram em tal situação? Você, andando alegremente pela rua quando, simplesmente, DO NADA, uma bala passa e leva junto de si sua vida! Sem ser seletiva, sem achar uma barreira no caminho que a pare. Chato, né? A vítima sem tempo de saber o que fazer nos últimos dias e com quem passar os últimos minutos. É, mortais...eu quero morrer de causas naturais (um tanto redundante, já que toda a morte é natural. Mas quero que fique claro que me refiro àquelas que aconteceriam por males vindos do próprio organismo, tipo, derrame, infarto, dormir e não acordar...essas mortes chatas e que costumam demorar pra chegar!), antes que bala perdida se encontre em mim...
O negócio mesmo é beber! Nessa vida de mendigo, a gente sabe que um dia, alguém vai atear fogo na gente, vai nos espancar e nos matar de um jeito cruel, seremos pegos de surpresa (Nossa! Como é emocionante!). De cirrose eu não morro, pelo menos, dessa eu me safo! Ela nunca terá tempo de me matar, alguns jovens de classe média e sem muita coisa pra fazer vão me achar primeiro, se Deus quiser! Ou, talvez, o frio das ruas, ou alguém querendo levar meus órgãos, quantas opções!

Bebamos, amigos! Bebamos pra abastar o frio, bebamos pra afastar as dores, só num vale pra afastar a vida, deixemos esse privilégio de acabar com a vida alheia para os que têm menos coisas pra fazer que nós, meros poeta, meros mortais, meros eternos mendigos...

É, gente, eu queria ser pobre um dia na minha vida, porque ser pobre todo dia tá foda...