quinta-feira, 3 de julho de 2008

Quarta..."Eu vou ao Marac"...ops!... Bar!

Hoje, vi um fato curioso...
Estava eu, sentado num bar, com amigos novos e um amigo antigo, conversando, após uma visita de reconhecimento da PUC-Rio, enquanto tricolores (antes de saber do jogo, perguntei a várias pessoas, várias vezes, se haveria Parada Gay nessa data, nunca tinha visto tantas pessoas vestidas a rigor! ) faziam hora para verem a final no Maracanã. Após certo tempo, entra no bar um rapaz vestido com a camisa do Flamengo junto de um amigo. Os tricolores viram, e gritam: "Num adianta, hoje vai dar Fluminense", "Num vem atrapalhar ou torcer contra!", "Tira essa camisa feia, não tem jogo do seu time hoje, 'rapá'!". Pensei, logo, que eles se conheciam, mas estava enganado, se DESCONHECIAM!! Ao mesmo tempo, além da falta de respeito, pensei em mandar o Tricolor tomar num lugar obscuro, ir para o lugar onde está sua desconhecida mamãe (que, ao meu ver, nem ele sabe quem é!) e rever seu conceito de beleza. Ao final, os Tricolores saíram do bar e berraram: “Hoje o Fluminense entra pra história!”, eu já tinha certeza disso, talvez, até mais certeza que eles! Entraria para a história como Vice da Libertadores, o mais perto que o time conseguiria e conseguirá na história (num é que acertei?!)!

Senti muitas saudades, na hora, dos meus tempos em que ninguém falava com um desconhecido (muito menos brincava! BRINCAVA?!), por medo da origem do estranho, de quem seriam seus pais e por não saber as duas coisas mais importantes, o trabalho e se tal pessoa portava uma arma!

Que saudades dos tempos em que não estava na moda matar por dez reais, por muito menos e até mesmo por nada. Que saudades do medo saudável de cada dia, aquele que preservava nossa vida das mortes bobas e precoces, os Tricolores do bar precisavam de tal virtude.
Hoje, temos medo das mortes sem sentido ou necessidade ou rápidas, as mortes curiosas e chatas do tipo "Bala perdida", ou melhor, “Bala Encontrada”. Já pensaram em tal situação? Você, andando alegremente pela rua quando, simplesmente, DO NADA, uma bala passa e leva junto de si sua vida! Sem ser seletiva, sem achar uma barreira no caminho que a pare. Chato, né? A vítima sem tempo de saber o que fazer nos últimos dias e com quem passar os últimos minutos. É, mortais...eu quero morrer de causas naturais (um tanto redundante, já que toda a morte é natural. Mas quero que fique claro que me refiro àquelas que aconteceriam por males vindos do próprio organismo, tipo, derrame, infarto, dormir e não acordar...essas mortes chatas e que costumam demorar pra chegar!), antes que bala perdida se encontre em mim...
O negócio mesmo é beber! Nessa vida de mendigo, a gente sabe que um dia, alguém vai atear fogo na gente, vai nos espancar e nos matar de um jeito cruel, seremos pegos de surpresa (Nossa! Como é emocionante!). De cirrose eu não morro, pelo menos, dessa eu me safo! Ela nunca terá tempo de me matar, alguns jovens de classe média e sem muita coisa pra fazer vão me achar primeiro, se Deus quiser! Ou, talvez, o frio das ruas, ou alguém querendo levar meus órgãos, quantas opções!

Bebamos, amigos! Bebamos pra abastar o frio, bebamos pra afastar as dores, só num vale pra afastar a vida, deixemos esse privilégio de acabar com a vida alheia para os que têm menos coisas pra fazer que nós, meros poeta, meros mortais, meros eternos mendigos...

É, gente, eu queria ser pobre um dia na minha vida, porque ser pobre todo dia tá foda...

Um comentário:

Thiago Lehmann disse...

AUHAUHAUAHUAH.

adorei o texto, inclusive a profundidade no final..

falando em cirrose, acho que vou parar de beber..
(tanto)

beijo, coisa linda!
:D