quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Temos o que merecemos com "JEITINHO"

Nós temos tudo o que merecemos. Quando eu era mais novo, sempre que eu via em um casal, um marido muito bom, paciente, educado e uma esposa demoníaca e vice-versa, eu perguntava para minha mãe: “Mãe, por que será que ela/ele ainda está casado com ele/ela?”, e minha mãe respondia: “Os casais se merecem, fulano (quem eu achava que era o “mocinho”) também não é mole”. Fiquei com essa máxima na cabeça: “Os casais se merecem”, chego à conclusão que não só os casais, mas também o país que temos e, talvez, outras coisas a nossa volta.
Vivemos reclamando da violência no Brasil, mas nunca percebemos que a violência, a corrupção, o contrabando existem porque nós, no fundo, no fundo, AMAMOS! Quer ver?! Esse ano, ainda, tivemos o caso do João Hélio, pobre menino, que morreu de uma maneira terrível, nem vou contar essa história, pois já é de conhecimento comum. Para que finalidade vocês acham que serviria o roubo do carro dos pais do menino? Se era pra vender as peças do carro é porque algum de nós iria comprar, se era para ser usado em outros furtos de materiais é porque algum de nós iria comprar na Uruguaiana. Estamos cercados. Somos nossos maiores inimigos. Mas, aliás, quem é que não gosta de comprar um tennis bom de “segunda mão“ no camelô?! Quem é que não gosta de comprar peças de carro por uma pechincha?! As originais são caras demais!
Quem já comprou produtos pirata levante a mão! Não sejam tímidos. Uma mão só! Se levantarem as duas, a polícia leva vocês e se não levantarem nenhuma os bandidos “te levam pra fazer uma visita a um parente já falecido” (eita eufemismo!). Aposto que quase todo mundo levantou a mão. E você diz: “ÓBVIO que comprei o pirata, o original tava caro demais!”, sabe o porquê? Por que o original paga imposto!
Quer ver mais? Quem já subornou um funcionário público, uma autoridade? Quem subornaria se preciso? Quem já foi subornado? Ninguém precisa levantar a mão, segredo nosso! E, depois, reclamamos da corrupção! Quem a faz continuar existindo somos nós! Mas, aliás, esse não é o famoso “Jeitinho Brasileiro”? O “Jeitinho Brasileiro” é o resumo de: “Se houver um jeito mais fácil e rápido de fazer alguma coisa, FAÇA! Não importa o que diga a lei, a moral, a ética ou a consciência, apenas faça! Você é humano e acima de tudo BRASILEIRO (Tá todo mundo perdoado!), todo mundo faz! Você vai ficar atrás?!”.
Reclamamos do tráfico, mas “Ai da polícia pegar meu baseado! Não tô fazendo nada demais!” e “Por que prenderam os meus amigos? SÓ porque eles tavam fumando? SÓ porque eles tavam cheirando? SÓ porque eles tavam tomando/vendendo ‘bala’? Tem que prender os bandidos de verdade!”. No entanto, quem seriam esses “Bandidos de verdade”? Os caras que, com a venda das suas drogas, compraram armas? Ou os que furtam carteiras pra cheirar cola? Ou os que estão em Brasília? Às vezes parece que só tem bandido na capital que, lembrem-se, apesar de tudo, fomos NÓS quem os colocamos lá!
Se você nunca participou de nada de que falei acima, PARABÉNS! Porém, infelizmente como no caso dos políticos, vivemos em uma democracia, das ações da maioria recai a segurança e o reflexo do país que vivemos. Pior, os que vivem dentro da lei pagam o preço de serem considerados idiotas, por não aproveitarem as “brechas da lei e do sistema”, as facilidades que se auto-regulam. Triste, não? No futuro, quem estiver fazendo o correto vai ser visto como o errado por ser a minoria, praticar o incomum, ou então como um herói, que enfrenta um longo trajeto para fazer o certo. Onde já se viu parabenizar alguém por fazer o que se deve fazer? Ou por não fazer o que não se deve fazer? “Parabéns a todos que nunca mataram ninguém!“ (Uhulll!!), “Parabéns pra quem nunca foi preso!” (EBA!), “Parabéns por ter baixado a tampa do vaso!”(Ahhh...). Esse é o rumo que tomamos? Desesperador, não? Temos o país que merecemos. “A população tem o país que merece“. O povo tem o país que quer. País que lhe seja mais útil e proveitoso, no dia em que esse aqui não nos agradar mais, daremos um “Jeitinho”.
O meu “Jeitinho” já é bem conhecido, voto sempre nos piores políticos e depois digo que são os turistas que destroem a cidade. Esse é o meu Jeito de passar a culpa pra alguém, afinal, a culpa é minha e eu coloco em quem eu quiser! Tem gente que me segue sem saber, na maioria das vezes, sem querer, também. Diferente de mim, esse pessoal acaba pondo a culpa de tudo nos pobres, aonde já se viu pobre com poder? Talvez, durante a Revolução Francesa ou em algum sonho de Rousseau ou Marx. Se você pensa que pobre tem poder em época de eleição, ACORDA! Quem tem poder é o cara que conseguiu manipulá-lo! Pobre do pobre que mal pode se expressar e ser ouvido...
Entre a democracia eleitoral e a democracia de bar, fico com a segunda, onde, pelo menos, a minha sugestão será ouvida e minha integridade moral e física dependem só de mim.

Boa praia, bom vento, bom leque de jornal para todos, tá muito quente!

Campanha “Desarme-se”

Começo, a partir de hoje, com uma nova campanha, a minha campanha de desarmamento. Devo explicar que sou a favor da liberação da circulação de armas letais, como foi perguntado e ganho no último Referendo, a minha campanha pede o desarmamento psicológico, que não mata ninguém, mas que faz muito mal. As armas psicológicas são aquelas chamadas “pedras” que as pessoas “tacam“ sem nenhuma razão aparente, apenas pelo mal, ou por não gostar de quem se está falando. Incluo a fofoca nas armas psicológicas, se não dá para proibir vamos, pelo menos, reduzir a sua circulação.
Todos nós carregamos algumas pedras, umas na mão, outras no bolso, outras deixamos em casa ou escondemos. As pedras costumam ser tacadas quando alguém dá uma sugestão tipo: “Pó, cara, o que você acha de fazer desse outro modo?” e o outro responde: “Tá falando que eu to fazendo errado? Você sempre acha que tá certo,...” e o infeliz começa a vomitar/defecar ofensas.
Peço o apoio de todos para que essa Campanha pelo Desarmamento Psicológico dê certo! Ainda bem que não defini um prazo para fim! Vamos lá, com cada um largando sua pedra talvez possamos construir um lugar melhor com o tempo e material que poupamos. Talvez um castelo pra nos protegermos de nós mesmos.

Gente

Gente, cuidado! Agora, alerto vocês a outro problema muito comum durante nosso dia-a-dia, as pessoas que não sabem falar! Não digo os mudos, ou pessoas que cometem erros de português, falo dos que não sabem a diferença entre saber e achar, ou entre a opinião de um especialista e a opinião de um leigo, que não sabem a diferença entre afirmar e ter dúvida ou não sabem quando expressar que não tem certeza e acham que é a mesma coisa, esses são o maior perigo. Confiando num animal desses vocês se dão mal, prestando atenção em uma conversa entre quem sabe a diferença e nem não sabe eu quase choro.
É certo que o conceito de verdade e conhecimento é relativo e discutível, é certo também que nós, mortais nos confundimos, entendemos coisas erradas e acabamos achando que são verdades, acima de tudo, nós erramos! Vejam só, se eu digo: “O médico disse que eu tenho que parar de comer tomate” e alguém diz: “Mas tomate é tão bom, faz tão bem, não pare não!”. Qual seria a próxima pergunta a ser feita? Só tem uma: “Quantos anos de formação em medicina ou alguma área da saúde você tem?”. O ignorante acima está pondo a sua opinião, a sua visão de leigo contra a formação de um especialista, e só tem UMA forma de ir contra a opinião de um especialista, com OUTRO ESPECIALISTA! Agora se eu digo que: “Eu vi uma entrevista com um cara SUPER conceituado que dizia que abdominal não tira a barriga” e alguém diz: “Eu discordo! Por que meu amigo disse que é exatamente o contrario” além de perguntar a formação do indivíduo que lhe respondeu, você acaba querendo saber qual a formação do “amigo”, quando nenhum dos dois tem formação não área e é um estudo sem comprovação só lhe resta dizer “FODA-SE!”, é a opinião de dois leigo contra um ESPECIALISTA!
Quando nós não temos certeza de alguma coisa dizemos o que? “Talvez”, “Eu acho...”, “Uma vez, me disseram...”, “Não sei se é verdade, mas...”. Bom, com uma língua riquíssima como a nossa não faltam expressões e palavras pra expressar dúvida. Mas ouvir alguém contestando alguma coisa porque DIZ que sabe, quando na verdade, ACHA que sabe... putz, dá vontade de matar.
Não é tão difícil, é só expressar com palavras o que você pensa. Se você tem certeza, diz que tem certeza, quando tem quase certeza, avisa que tem quase certeza e quando ACHA, diz que acha, quando não tem uma opinião tire dúvidas, aprenda! Falar que tem certeza, quando se “ACHA” alguma coisa, é ilógico! Não é vergonha nenhuma não saber, vergonha é inventar, é mentir. Ter curiosidade ou não ter não torna ninguém burro. Burro é quem quer enganar a todos, pra sempre ou por algum tempo.

Noel Rosa dizia: "Quem acha, vive se perdendo..."

Pinga para todos!