quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Projetos e mais projetos

Vou começar a escrever uns projetos de lei. Preciso de assinaturas! Num dos meus projetos, eu quero que a Verborragia seja considerada crime, punível como o racismo, inafiançável e aquela coisa toda. Pra quem não sabe, verborragia é o que chamamos, coloquialmente, de “Defecar pela boca”.
Você pode até pensar: “Mas qual seria a utilidade dessa lei?”, “Como que iria funcionar“, “Quando a verborragia acontece?”. Bem, a utilidade e finalidade dessa lei seria evitar que as pessoas falassem besteiras, a maioria absurdas, em público. Coisas do tipo que eu já ouvi de uma senhora que falava que tal candidato a prefeitura do rio não merecia seu voto porque ele iria LEGALIZAR as drogas e o casamento gay! Que susto! Não existe prefeito NENHUM nesse país que tenha esse poder! Eles podem até simpatizar com a idéia, mas, assim como eu, pouco podem fazer a respeito. Talvez em outro país, mas aqui não! Quem tem a capacidade de legislar sobre isso é o governo federal, ao município é impossível essa função. Se fosse uma pessoa humilde que tivesse ofendido de tal forma a organização do Estado brasileiro eu até entenderia, não era o caso. Já ouvi também, que o casamento gay não pode ser legalizado porque há muita criança desocupada e isso iria estimular a pedofilia. Quase morri! Tirando essas besteiras já ouvi coisas do gênero de verborragias que mais me irritam AS GENERALIZAÇÕES. Putz, essas mereciam uma punição mais severa (exceção, as brincadeira, ironias e, por último, mas não menos importante, o sarcasmo). São coisas como: “Não fico sozinho, nem deixo que meus filhos fiquem, junto de padres”, “Não ajudo ele com isso porque um cara muito parecido não retribuiu, ou me sacaneou” (Ficou estranho, mas esqueçam o duplo sentido, LIMPEM SUAS MENTES!).
Entendem minha indignação?

Semana passada, saiu um escândalo dos Grampos Telefônicos, se lembram? Meu segundo projeto de lei se baseia nisso. É até equivocado, mas é uma idéia, merece ser debatida, aqui, em casa, no congresso, nos bares e botecos, esquinas, puteiros, esquinas, bancos de praça, esquinas, debaixo do papelão ou do edredom, no lugar que preferir, mesmo que o projeto não vingue. Nem ligo que ponham câmeras e escutas em todos os lugares, de mim pouco vão descobrir, é o preço que se paga pra que, dessa vez os criminosos tenham medo. Só acho uma falha do sistema de grampos as informações serem vazadas, isso sim deveria ser punido. A intimidade continuaria sendo protegida se o material fosse tratado como sigiloso. Até entendo que é crime, invasão de privacidade, mas, POR ENQUANTO, é crime. Entre os casais, traição já foi crime, hoje não é mais (óbvio que “não é mais”, eu já tinha falado que “já foi”! Redundâncias, verborragias, tudo a mesma coisa...)! No entanto, enquanto for crime, o culpado deve ser punido. Nem digo que deve ser punido porque o foi com autoridades, mas porque foi com pessoas, se fosse comigo, ou com meu vizinho a punição e investigação deveriam ser as mesmas. Voltando ao caso, sou a favor do debate e da descriminalização dos grampos, pois levo em conta que “quem deve não teme”. O que há de tão sigiloso nas conversas dos ministros? Há algum Hellboy escondido em algum departamento secreto do governo? Acho que não. Mas sempre fico na dúvida se alguém cometeu algum ilícito e se se entregava nas gravações. Se foi isso que aconteceu porque o criminoso deve ser solto? O Direito brasileiro leva em conta a teoria da “Árvore Envenenada“, que significa que qualquer prova que seja fruto de um ato ilícito na investigação não pode ser usada, a não ser que ajude ao réu em ação penal. Será que alguma árvore envenenada daria bons frutos? Será que todas as árvores não envenenadas geram frutos bons? Em todos os outros casos, somente grampos com autorização judicial. Nos outros casos, sem autorização, mesmo com a constatação da culpa do réu, ele é liberado, ou seja, nos outros casos, o culpado está livre! Livre como nós, para o bem dele e para o nosso azar. Torçamos para não nos esbarrermos. Torça pra que, se você conter algum crime, a única forma de provar sua falta seja por atos ilícitos, grampos ilegais, o direito é incapaz de prendê-lo. Se escondendo em árvores envenenadas as pessoas têm medo de ficarem doentes, menos os bandidos, que, ao se esconder nelas, podem ser absolvidos!
Já vou até vender meu telefone, comecei parando de pagar a conta, quero evitar que me grampeiem, uso uma linguagem bem DIRTY com minhas quengas e amigos, se me pegarem, serei preso, futuramente por Verborragia e outros ilícitos que só podem ser descobertos com grampos ilegais. Quem deve não teme, EU TEMO! E nossos representantes que fizeram o estardalhaço, também! Por enquanto, já que minha privacidade vale mais dos que muitos criminosos na cadeia, talvez até todos! Quanto vale sua intimidade? Acho que é esse o ponto que chegamos quando ficamos frustrados porque a justiça deixa de ser justa e passa a libertar quem ela deveria prender.Realmente, FRUSTANTE!

2 comentários:

Thiago Lehmann disse...

porra, falou tudo.

tava pensando exatamente na mesma coisa, 'quem nao deve nao teme'

meteu moral negão. tinha que mandar uma dessas pro jornal pra ver o que os caras iam falar..
o pior é que geralmente o povo concorda com esse tipo de absurdo, mas fazer o que..

abs meu gordo!

Nadezhda disse...

Eu não teria esse problema. Não gosto de falar ao telefone, então uso muito pouco. (E não tenho nada a esconder também).

Mas eu ouço cada coisa, mas apior foi da minha avó: "Vou votar em tal pessoa porque ruim por ruim fica como está".

;)